segunda-feira, fevereiro 25, 2008

O TEMPO PASSA E AS AMIGAS TAMBÉM!



Por Letícia Vidica

Louvado seja o inventor do Orkut. Amo e odeio essa pessoa ao mesmo tempo. Graças a ele, a gente reencontra um trilhão de pessoas que jamais imaginou rever na vida e até mesmo aquelas que não tiveram a capacidade de ligar para você, mas sabem muito bem te adicionar para colecionar mais uma gata na comunidade (que ódio!).

Bem, foi numa dessas navegadas que eu encontrei uma comunidade do Colégio Santa Rita, onde estudei no colegial. Foi incrível o número de pessoas que pertencia a ela e que eu jamais imaginei rever na vida. Dentre elas, reencontrei a Sâmara, minha amigassa de colegial. Daquelas de dividir segredos, dormir uma na casa da outra, andar juntas no colégio... Depois que a gente se formou, eu e a Sâmara ainda tentamos manter contato, mas como acontece com todo mundo, ela se perdeu na vida e eu na minha.

Ficamos trocando recados por quase um mês. Descobri que ela havia acabado de voltar da Flórida, onde foi estudar inglês por um ano (pelo menos ela tinha feito algo de emocionante da vida). Sâmara havia se formado em Marketing e era diretora de uma grande empresa. Além disso, descobri que minha amigona do passado era casada ... e olha que fizemos um pacto de bubballoo que seríamos solteiras a vida toda ... traidora!!!

Resolvemos nos reencontrar e a Sâmara aproveitou para marcar uma reuniãozinha na casa dela e chamou mais outras três amigas de colégio: a Bete, a Patrícia e a Rose que também faziam parte da nossa patota.


Ao chegar na casa da Sâmara, descobri que aquela nossa promessa de virar hippie tinha ido se perdido nos caminhos da Flórida, eu acho. Ela simplesmente morava num residencial fechado m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o!!!

- Diiiiiiiiiiiiiiiii!! – gritou aquela loira cheia de botox, silicone e tudo o mais que o dinheiro permitiu. Era a Sâmara. Fiquei estatizada sem reação. Eu no meu pobre jeans surrado. – que saudades, menina. Entre, fique à vontade. As meninas estão na sala de visitas.

Sala de visitas?! Essa era apenas uma parte do palácio em que minha ex-melhor amiga morava. Fui entrando e, enquanto ela me apresentava cada detalhe da casa, de repente uma mulher de cabelos curtos, gorda, com os dedos lambusados de brigadeiro correndo atrás de um garotinho, parou, me olhou e disse:

- Não creio... é você mesmo? A rainha das hippies?! Diana – ela logo veio e me deu um abraço lambuzado. Demorei para reconhecer, mas era ela mesma, a Bete. Não pude acreditar. A Bete era do tipo de garota que no colégio todos os garotos queriam namorar. Ela era linda e de causar inveja nas garotas (confesso que até eu tinha inveja dela, porém naquele momento me arrependi de um dia tê-la invejado)

- Bete bunduda??? Quem é esse príncipe? – perguntei

- É o Lucas, meu tesouro. Ah, hoje a babá precisou ir ao médico e não tive com quem deixá-lo.

Babá? ’Peraí...será que elas entraram num mundinho vip e esqueceram de me convidar? Estava me sentindo um peixe fora d’água, quando alguém gritou...

- Porra, vão ficar enrolando aí? – nem precisei adivinhar era a Patrícia com seu jeito debochado de sempre. A única coisa que havia mudado nela eram os cabelos que de castanhos cacheados viraram vermelho fogo.

Nos abraçamos e fomos todas para a sala de visitas.

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Ficamos à tarde toda a contar da vida e a nos empanturrar de vinho (porque cerveja é coisa de pobre) e de uns aperitivos que a empregada da Sâmara trouxe para nós. Foi uma tarde maravilhosa, porém ao mesmo tempo que éramos tão íntimas naquele ambiente, éramos tão estranhas e diferentes uma das outras.

A Sâmara estava casada há 5 anos com o Pepe, um nerd do colégio que a gente vivia zuando. Ela contou que eles se reencontraram numa festa e ele estava mudado, mais bonitão vamos dizer, e acabou rolando. Formada em marketing, hoje ela dirige uma multinacional e vive viajando para o Exterior. Filhos? Isso ela não quer nem ouvir falar. Disse que ainda tem muitos planos pela frente. (Também com o dinheiro e o marido dela até eu ia ter um trilhão de planos)

A Bete bunduda virou uma dona de casa perfeita. Engordou uns 20 quilos e hoje só se dedica a cuidar do Lucas e do marido (detalhe!) rico. Ela pode ter mudado de aparência, mas de esperteza, ham, isso não mudou nadinha. A não ser sua conversa que de garota liberal havia se transformado numa conversa chata de filhos, marido, dona de casa e cheia de pudores. Bete sim planejava ter muitos filhos. Disse que seu marido era um empresário renomado e que queria deixar muitos herdeiros para os seus negócios (isso mesmo, no plural.)

A Paty continuava a mesma locona de sempre. Depois de muitas desilusões amorosas e dois filhos, ela havia entrado para o meu clube – das solteiras. Atualmente, trabalhava numa galeria de arte e continuava falando as mesmas bobagens e palavrões de sempre. Contou que já fez de tudo na vida (tudo e mais um pouco), mas que agora a idade estava chegando e ela estava mais calma, porém não queria saber de homem não...

A Rose...ah, essa foi uma supresa...chegou atrasada ao nosso encontro por causa de uma reunião na igreja. Havia virado evangélica. Para falar a verdade, ela ficou a maior parte do tempo muda. Mas conseguimos arrancar algumas informaçõezinhas dela. A Rose no colégio era o tipo de amiga mãe, daquelas que ouvia conselhos de todo mundo, estava sempre pronta a ajudar. Aquela a quem tanto derramei minhas lágrimas de adolescentes, agora mais parecia uma estranha para todas nós. Rose estava noiva de um ‘irmão’ da igreja e trabalhava em escritório. Entrou para a igreja por causa da mãe dela e disse que estava bem mais feliz agora, porém como não podia se atrasar para o culto das seis, não ficou nem uma hora na nossa reuniãozinha.

E eu?! Fiquei sem saber o que dizer quando perguntaram o que eu fazia da vida. Podia dizer que estava namorando um homem maravilhoso, que estava cheia de planos, de dinheiro e com o emprego dos meus sonhos. Mas não...mesmo longe, aquelas eram minhas amigas (ou pelo menos um dia foram). Eu devia lealdade a elas. Contei que estava à procura do meu príncipe que sempre insiste em chegar de jumento, que morava sozinha num apê alugado e tinha arrumado um emprego recentemente numa agência, ou seja, era uma solteirona endividada.

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Ficamos na casa da Sâmara até o anoitecer nos lembrando dos bons tempos de colégio. Das pessoas, das azarações, revelando segredos antes jamais revelados. Sabe que eu descobri que a Sâmara gostava de um namoradinho de colégio meu e que depois que a gente terminou eles ficaram?!

Mesmo em mundos tão diferentes aquela tarde foi maravilhosa e deprimente também. É triste ver que o tempo passa, o tempo voa...


Papo de Calcinha: Já reencontrou alguma grande amiga (o) da época do colégio depois de tanto tempo? E aí como foi o reencontro?

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segunda-feira, fevereiro 18, 2008

O BOM FILHO À CASA TORNA


Por Letícia Vidica


- Gente, o Beto vai casar! – foi o que eu disse à Lili e a Betina naquela tarde de sábado na casa da Bê.


- Num creio e ele te convidou? – perguntou Betina


- Fez questão de me mandar o convite.

Sabe aquele ex-namorado que toda vez que vocês se encontram rola um remember ? O Beto era um desses. A gente se conheceu no cursinho pré-vestibular (faz tempo) e namoramos até o meu penúltimo ano da faculdade. O Beto era o namorado perfeito: a gente gostava das mesmas coisas, ouvia as mesmas músicas, falava sobre tudo e nada, simplesmente, a gente se completava. Era o brother que eu beijava na boca. Pensávamos até em casar, mas um dia apareceu uma oportunidade para ele ir estudar nos EUA e nossos planos de casamento foram adiados. O um ano que ele ia estudar fora se transformou em três e o nosso namoro acabou virando amizade.

Apesar de eu ser gamadona nele, dei um super apoio para que ele fosse estudar fora e achamos melhor terminar a relação pois não ia dar para continuar a trilhões de distância.

Por algum tempo, a gente ainda manteve relacionamento por email, MSN, carta e alguns telefonemas, mas com o passar do tempo a gente parou de se falar. Até que, um belo dia, o Beto voltou e foi me procurar. Fiquei super feliz com a volta dele, mas já não tinha mais nada a ver insistirmos num relacionamento e ele acabou virando o meu amigo colorido (rs).

Toda vez que a gente se via, era mais forte do que nós. Sempre terminava nos braços dele, mergulhada na boca dele ou no apê dele ou no meu. A gente não se cobrava. Rolava e pronto. Tínhamos toda liberdade pra contar de outros relacionamentos, pedir conselhos (nossa, quantas vezes ele me ligou chorando por causa de alguma mulher ou eu liguei aos prantos para ele...)


- Mas, Di, vocês não tinha um rolo?


- Na verdade, Li, a gente sempre foi meio amigo meio amante sabe? O Beto é muito especial para mim, mas é só amizade...


- Será?

Confesso que a chegada daquele convite vermelho aveludado com letras douradas e garrafais com o nome do Beto e sua futura esposa, me convidando para vê-lo fazer juras de amor a uma noiva que não era eu, me deixou deprê.

Eu sei que a gente não era namorado, aliás, já fazia mais de um ano que não rolava mais nada ... eu até sabia que ele estava namorando uma garota que conheceu no trabalho, mas eu ainda tinha uma pequena ponta de esperança de que o Beto era uma das minhas possibilidades de marido. E agora a possibilidade ia subir o altar.

- E você vai no casamento?


- Ainda não sei...


- Ah, se eu fosse você, eu ia... e bem bonita...só pra fazer ele se arrepender de casar com a lambisgóia... – apimentou Betina


- Eu não ia não! E pagar esse mico de solteirona? Além do mais ver o cara todo feliz com outra...


- Ai, gente, vocês me deixam mais confusa ainda.


Faltava um mês para o casamento e ele havia virado artigo de decoração da minha geladeira. Toda vez que eu olhava para ela, vinha a pergunta: ‘Ir ou não ir ao casamento, eis a questão’.

Num desses domingos de sol, resolvi ir caminhar no parque, pois já estava um pouca acima do peso e totalmente preguiçosa. Ouvindo meu MP3 com uma música melancólica da Ana Carolina, eu caminhava e pensava na vida, até uma bicicleta quase me atropelar...

- Beto?!


- Diana?!

Coincidências realmente acontecem e o destino, mais uma vez, pregara uma peça em mim. O noivo e a ex haviam se encontrado no parque.

- O que faz por aqui uma hora dessas? Pelo que eu sei, você não é de acordar tão cedo!
(O chato de reencontrar ex-namorados é que nem dá pra mentir porque o cara simplesmente sabe tudo sobre você. E ser dorminhoca era uma delas!)

- Estou tentando mudar... e você?


- To morando há duas quadras daqui... eu e a Dri alugamos esse apê e eu resolvi me mudar na frente... falando nisso, recebeu o convite?


- Convite?! Ah...recebi, obrigada.


- E você vai né?


‘Por quê ele tinha que fazer essa pergunta?’


- Eu? Vou...vou sim!


- Tá com muita pressa ou tem tempo pra um café?

Educado como sempre, o Beto me levou para tomar café da manhã em uma padaria próxima. Simplesmente, levamos duas horas tomando café. Ele começou a me contar como conheceu a Adriana, a futura esposa, seus planos para o futuro, como estava no trabalho...simplesmente, desandou a falar...ainda bem que ele não perguntou da minha vida, pois trinta segundos seriam suficientes para resumir que sou uma solteirona em busca do homem perfeito... e que ele podia ser esse homem.

- Quer conhecer o meu apê?


- Eu? Mas, Beto, e a Adriana...?


- O que tem? Você é minha amiga!

Realmente, eu era só a amiga. Fui até o ninho de amor dos dois e depois de conhecer o lar feliz, chamei o Beto para almoçar em casa. Ele aceitou. Preparei uma ‘gororoba’ qualquer porque ele também sabia que eu cozinhava muito mal. Comemos e passamos mais algumas horas a conversar...

- Engraçado, né? Quem diria que um dia eu ia no seu casamento...


- É a vida dá voltas...


- E pensar que já sonhei tantas noites em subir no altar ao seu lado...

Neste momento, ficamos mudos como se um filme passasse em nossa memória. O Beto começou a me olhar diferente. Do mesmo modo, que me olhava quando a gente namorava... foi se aproximando... tocou no meu rosto e sem dizer nada me beijou ... e eu continuei. Sei que não estava certa mas, mais uma vez, o remember rolou com a gente e sem cobranças.


- Di, você está louca? O cara vai casar e você serve de despedida de solteiro para ele e ainda quer ir no casamento? – crucificou Betina

Era o dia do casório e eu estava convencendo a Betina a ir comigo. Durona como sempre, ele tentou fazer de tudo para que eu não fosse. Mas eu tinha que ver para que pudesse colocar um ponto final nessa história e acreditar que acabou.

Fui e com a Lili e a Betina a tira-colo. A igreja estava lotada e o Beto lindo como sempre. Só acreditei que não estava sonhando quando o padre disse ‘Pode beijar a noiva e vi que quem ele beijava era a Adriana e não eu’.

Na porta da igreja, encontrei com a mãe do Beto. Ela me abraçou fortemente e desandou a questionar sobre a minha vida. A dizer que me adorava, que eu era a nora que ela queria e blábláblá...

Por fim, respirei fundo e fui cumprimentar os noivos. Eu não sabia o que o Beto tinha contado à sua futura esposa, por isso, corria um sério risco de levar um tapa na cara...

- Parabéns, Beto.


- Diana! – ele abriu um largo sorriso e me abraçou


- Dri, essa é a Diana que eu te falei, aquela minha amigona...

Incrivelmente, a noiva também me abraçou e daí tive a certeza de que colocamos o ponto final na nossa ‘relação’ naquela noite. E o que restava era me conformar...

PAPO DE CALCINHA: E AÍ, AMIGA (O), JÁ TEVE UM CASO DESSES?

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

QUANDO VIRA AMIGO...



por Letícia Vidica

O Tony é o homem que eu pedi a Deus e que minha mãe implorou nas suas novenas. Simpático, educado, bonito, bem-sucedido, bem decidido, um fofo...mas é apenas meu amigo. Sabe aquele cara que você se derrete toda quando conhece, se joga nos braços dele, mas ele só tá afim de desabafar e ser seu amigo?! É o Tony. Porém, antes um amigo bonitão do que um bonitão voando...

Vamos lá...

Eu conheci o Tony numa reunião de trabalho, confesso, num happy hour de trabalho num bar. Era sexta-feira, sol de 40º C na cidade de São Paulo. Galera do serviço estava estressada e resolveu se reunir num boteco próximo.

Lá estava eu tomando o meu choppinho e falando mal do meu chefe com meus colegas de trabalho, quando aquele Deus entrou no bar. Fiquei hipnotizada no primeiro olhar. E mais ainda quando ele se aproximou da nossa mesa. O Tony era amigo do David. Ele trabalhava perto e foi convidado para beber com a gente.

28 anos (idade ideal), morava perto de mim, advogado (bom salário...), inteligente, bonito, educado e ótimo papo. Essas foram as conclusões as quais cheguei no final do happy hour que acabou lá pelas 10 da noite.

Eu estava sem carona. Super educado, o Tony perguntou onde eu morava e disse que poderia me dar uma carona. Claro que não titubeei e aceitei. Fomos conversando sobre várias coisas ao longo do caminho e descobri que tínhamos muitas coisas em comum, até amigos em comum... Ríamos de bobagens como se fóssemos velhos conhecidos. Tinha certeza de que ia dar certo, ainda mais que no final ele pediu meu telefone.

*****

Fiquei esperando pelo telefonema dele por alguns dias e surpreendentemente ele me ligou antes que 7 dias se completassem.

- Oi, Diana, é o Tony.Fiquei muda quando ouvi a voz dele do outro lado da linha- Diana, você está aí? Alô?- Oi, To-tony, tudo bem?- Te atrapalhei?- Que isso...estava de bobeira- Que ótimo...é que eu ganhei um par de ingressos pra um show hoje à noite e é justamente da nossa banda preferida...tá afim?

Em 30 minutos eu estava pronta e o Tony na minha porta. Tinha certeza que ia rolar. Como sempre, fomos conversando o tempo todo. Descobri que ele era filho único (a sogra ia ser um obstáculo muito sério), adorava viajar, azul era sua cor preferida etc etc

O show foi ótimo. Logo depois, ele me levou para jantar num restaurante muito aconchegante. Não tinha dúvida de que ia rolar. No meio do jantar, ele perguntou se eu tinha namorado. Disse que não. Ele não acreditou muito ainda mais porque foi logo derrubando um monte de elogios sobre mim. (O cara tava afim...claro!)

No final do jantar, ele me deixou em casa...- A noite foi muito agradável, Diana. Fazia tempo que não me divertia tanto.- Eu que agradeço por ter me aguentado...- Não é sacrifício nenhum...Suspirei.- Então, a gente se vê.O silêncio pairou no ar. Era a hora do beijo. Olhei dentro dos olhos dele. Dei aquela quebradinha de pescoço e esperei. Ele se aproximou e me deu um beijo...na bochecha!!!! (que ódio, mas eu não podia ser tão precipitada)

Nos despedimos e ele se foi.

********

- ´Peraí! O cara te convida pra ir no show da sua banda preferida, te leva pra jantar num lugar maravilhoso e não rola nada? Que isso...- Ai, Betina, acho que ele é tímido, reservado, sei lá- O cara tem algum tipo de problema não é possível...- Ai, vai ver eu que tô muito apressada. Acha que devo ligar para ele?- Pra ganhar outro beijo na bochecha?

Eu adorava minhas amigas pela sinceridade, mas nem sempre seguia seus conselhos. Liguei para o Tony dali uns dias e o chamei para ir ao cinema. E ele...aceitou! Dessa vez, ele não me escapava. Assistimos uma comédia romântica para apimentar, dividimos a mesma pipoca, comemos um lanche e acabamos a noite no meu apê... não se empolgue... viramos a noite bebendo vinho, falando de livros e adormecemos juntos no tapete da minha casa...e nada rolou.

*****

Saímos mais algumas vezes e eu estava totalmente apaixonada por aquele homem e ele não tomava nenhuma atitude. Será que o problema era comigo? Eu era muito feia? Não podia ser, ele não ia querer sair com um monstro!Tinha bafo? Meu papo era chato? Era gorda? Meu Deus, quanto agonia! Comecei a sentir saudades dos caras que me desprezavam logo de cara...

- Gente, vou enlouquecer. Faz dois meses que estamos saindo e nada? - só uma bebedeira com minhas amigas me curaria daquela deprê apaixonante.- Calma, Di... e se o cara tiver namorada? Vai ver ele não tem coragem de te falar- Mas quem tem namorada não me convida pra sair num sábado à noite ou num domingo à tarde... não me leva em festa de família...gente eu vou enlouqueceeerrr...- Eu acho que ele é viado...- Nossa, não seja tão radical...Passamos a noite toda inventando teorias e desculpas para o Tony não ter se declarado para mim...

****

Sábado à noite. Uma lua de dar inveja e eu assistindo ´Meu primeiro amor´ e comendo uma panela de brigadeiro. Eu só fazia isso quando ficava apaixonada e eu estava perdidamente apaixonada e arrasada porque fazia duas semanas que ele não me procurava.

Meia-noite. Meu celular tocou e era o Tony. Perguntou se podia passar na minha casa. Se não rolasse naquele dia, não rolava mais. Arrumei minhas bagunças, tomei um banho, coloquei uma roupa sensual e esperei meu príncipe. A campainha tocou e eu atendi. Logo , brochei. O Tony estava com uma cara péssima e parecia nem ter reparado no meu visual.

- Nossa, Tony, que cara é essa?- Desculpe te atrapalhar a essa hora...acho que você estava de saída - disse ele me medindo dos pés a cabeça (ele nem imaginava que eu tinha me vestido pra ele)- Que isso...acabei de chegar...senta´í, quer um vinho?- Sim, sim eu preciso beber...

- Eu tô precisando muito falar com você...- Eu também - estava prestes a me declarar...- Pode falar você então - disse eleMas eu não podia me declarar antes de saber o que ele ia dizer... ele começou a falar.- Di, você se tornou uma grande amiga pra mim nesses últimos meses e eu não tinha a quem recorrer... Amiga?!- Acabei de descobrir que vou ser pai...Pai?! Ele me enganou esse tempo todo?- É que eu me separei da minha noiva há 3 meses e eu não sabia que ela estava grávida. Ontem, nos reencontramos e ela me contou. O que eu faço?

O que eu, apaixonada por aquele homem prestes a ser pai, ia dizer? Banquei a amigona e dei alguns conselhos para ele que caiu no meu colo a chorar. Daquele momento em diante, minhas esperanças se foram junto com a gravidez da Joana, minha concorrente...

****

Eu tinha que dar um fim naquela paixão. Resolvi procurar o Tony e me declarar. Fomos a um bar.

- Tony, é muito difícil o que eu vou te dizer, mas eu preciso para que a gente possa continuar a nossa amizade... eu me apaixonei por você...antes que diga algo, eu sei que confundi os sentimentos...achei que você poderia se interessar por mim e criei falsas esperanças...mas já tô tentando te esquecer...mas eu não quero te perder, ou melhor, perder nossa amizade porque você é muito especial...

O Tony se calou por uns minutos e logo me disse...

- Você acha que ia ser louco de perder a amizade de uma mulher maravilhosa como você? ... Saiba que essa não é a primeira vez que isso acontece...acho que ser amigo de uma mulher hoje em dia não é muito comum né?... agora não sei se você vai se sentir bem ao meu lado...

- Claro que vou...por isso, achei melhor dar um fim no meu amor platônico por você e começar a nossa amizade, fechados?

Foi aí que nossa história começou... Hoje o Tony é um dos meus melhores amigos, a filhota dele está para nascer, eu vou ser a madrinha e sou íntima da Joana (a concorrente). Porém, o amor se foi e eu nunca mais senti nada por ele, além de admiração...

... pensando bem, confesso que se ele desse mole, eu caía na rede dele facinho...

PAPO DE CALCINHA: E você, amiga (o), já se apaixonou por alguém que só queria sua amizade?

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AMOR DE CARNAVAL SEMPRE ACABA NA QUARTA-FEIRA



Por Letícia Vidica


Já tive muitos amores de carnaval. O primeiro deles foi um garoto sardentinho (não me faça lembrar o nome, pois eu não recordo!) que eu conheci no meu primeiro baile de carnaval, aos 12 anos, no clube Esperança onde a tia Norma me levou para pular o carnaval. Nosso amor durou as duas primeiras horas do baile porque depois nos enchemos um do outro, tacamos confetes e serpentinas em ambos e decretamos o fim do começo da nossa história de amor.

O Pierre foi o meu segundo amor de carnaval e o meu primeiro beijo também. O conheci num baile de máscaras que a Lurdinha, minha amiga do colégio, fez na casa dela. Foi fixação a primeira vista. Lembro que, fiquei nervosa, quando ele me tirou para dançar, depois me ofereceu um copo de suco Tang (na época, eu mal sabia o que era uma cerveja) e me deu um selinho no final do bailinho.

O mais duradouro deles acho que foi o Fábio. Surfista, sarado, moreno jambo, um pecado em pessoa. Dos meus quinze anos até os dezoito sempre ia passar o carnaval na casa de praia da Aline, minha prima. Foi lá que eu conheci o Fábio e também foi com ele que engatei um amor de verão. Todo carnaval era batata: a gente ficava! Era tipo uma devoção, um hábito, um costume...era coisa de pele sabe? Os quatro dias do carnaval eram aproveitados intensamente, sem nenhuma cobrança, mas com um detalhe: sempre acabava na quarta-feira de cinzas. E a única certeza que tínhamos era de que, dali um ano, tudo começaria de novo. Depois de três anos de amor de folião, nunca mais nos vimos. Minha tia fez o favor de vender a casa e acabar com a minha folia.


Cá estava eu, mais uma vez, pronta a encontrar mais um desses amores. Jurei que, nesse carnaval, ia me internar num SPA ou ir acampar no meio do mato ou fazer um retiro espiritual. Talvez fosse lá que minha alma gêmea estava a minha espera, mas não – eu nunca cumpro o que prometo ... Sabe onde eu estava?

Cheia de tererês no cabelo, em meio a várias malas, com a Lili e a Betina cantando “A cor dessa cidade sou eu...” seguindo rumo a Salvador. Não me crucifique, sei que na Bahia não vou encontrar minha alma gêmea, mas quem sabe metade dela?

Mais uma vez, fui convencida pelas minhas queridas amigas a curtir o carnaval na Bahia. Compramos as passagens e os abadas (caros, por sinal!) e agora enfrentávamos 3 horas de atraso de vôo, mas nada ia tirar a gente do sério...


Com quase cinco horas depois do previsto, desembarcamos na Bahia. Ô terra abençoada! Largamos as malas no hotel e fomos logo torrar no sol de Salvador. Muita gente bonita, sol, turistas, axé, água de coco e só alegria...e uma delas se chamava Jean Pierre, um francês que falava português (aprendeu num curso rápido) que estava hospedado no mesmo hotel.

Primeiro, rolou uma amizade. E combinamos de irmos ver o trio passar juntos. Ele estava acompanhado de dois amigos brasileiros e embarcamos em bando para as ladeiras do Pelourinho.

No meio do caminho, a Lili foi conquistada pelo charme de um negão com todo o seu sotaque mole de um típico baiano. Os dois logo se perderam no meio daquela multidão de gente que se formava nas ladeiras de paralelepípedos. A Betina seguia conversando com um dos amigos do Pierre. Pareciam até que estavam se entendendo, mas assim que o trio passou do nosso lado, Betina se escafedeu e se perdeu na multidão. A única que não conseguiu fugir foi eu porque o francês havia colado na minha ...

- Estou adorando estar aqui no Brasil e conhecer uma mulher tão bela como você...
- Obrigada, mas me fala mais de você...

No meio da batida do Olodum, o Pierre me contou que era engenheiro e que estava de férias no Brasil. Tinha 28 anos e solteiro (pelo menos em solo brasileiro...)

Passamos aquela noite e o resto dos outros dias juntos. O Pierre simplesmente não desgrudava de mim...

- Di, ta na hora de dar uns perdidos nesse francês, hein?
- Isso mesmo, Be... a gente vem curtir o carnaval da Bahia e você perde o melhor da festa...
- Se querem saber, o melhor daqui pra mim é o Jean Pierre, merci!
- Ah, não, Diana...amor aqui não rola...

Realmente, amor na Bahia não rolava não. O negócio era pegação e isso as minhas amigas aprenderam logo. Eu fui a única que preferi a exceção. Enquanto o povo fervia que nem pipoca atrás do trio, eu e o Pierre preferíamos a paz, o sossego e curtir nossos poucos dias de amor.


Porém, tudo que é bom dura pouco e o carnaval era uma dessas coisas que duram muito pouco...
- Foi ótimo, Jean
- Te espero na França!
- Quem sabe...

Demos um beijo e nos despedimos. E, mais uma vez, naquela quarta-feira de cinzas perdi mais um amor. É, mas ano que vem tem mais...


PAPO DE CALCINHA – E você, qual a sua história de carnaval?

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